O seu médico interior pode realizar verdadeiras proezas terapêuticas.

Lembra-se daquele caso que mencionámos na introdução, em que ele tinha conseguido curar um cancro da garganta, considerado incurável pelos especialistas?

Talvez tenha também ouvido falar de certos casos igualmente extraordinários: com efeito, existem às centenas – quer estejam, ou não, oficialmente registados nos anais da medicina.

Ao longo do presente livro, iremos fazer referência a numerosos outros casos do género, para ilustrar o nosso propósito. Desde já, vejamos então outros dois casos surpreendentes que demonstram igualmente até que ponto a cura pode empreender caminhos misteriosos. E isso levar-nos-á a comentar a maneira como a medicina tem tendência para “esconder debaixo do tapete” este tipo de curas excecionais!

O jardineiro otimista com 68 anos de idade, John, jardineiro paisagista, tem de se submeter a tratamento devido a um cancro de estômago. E então que encontra o cirurgião Bernie Siegel. Este último explica-lhe que seria preferível operá-lo imediatamente, antes de iniciar as suas férias.

 O doente olha para ele e diz:

“Está-se a esquecer de uma coisa.” –

“O que é que eu me esqueci?” –

 “Da Primavera. Eu sou jardineiro paisagista e a minha atividade é tornar o mundo bonito. Deste modo, se sobreviver, será um presente. Se não sobreviver, deixarei um mundo bonito.”

Duas semanas depois das férias do Dr. Siegel, o doente comparece na sua consulta.

“O mundo está bonito. Agora estou pronto”, diz ele.

A operação foi realizada e, nessa mesma noite, John parecia sentir-se extraordinariamente bem. Nada de dores intensas ou sensações de mal-estar. No entanto, as análises viriam a revelar que conservava ainda algumas células cancerosas.

O Dr. Siegel sugeriu então a John recorrer à quimioterapia e à radioterapia para as eliminar. Mas John diz-lhe de novo:

“Está-se a esquecer de uma coisa.”

– O que é que eu me esqueci agora?”, retorque o médico.

– “Ainda estamos na Primavera. Não tenho tempo para me preocupar com isso.”

O homem parecia sentir-se perfeitamente em paz. Rapidamente se põe de pé e sai do hospital muito antes do tempo normal. Mas nunca mais volta para seguir os tratamentos que o Dr. Siegel lhe aconselhara.

Quatro anos mais tarde, o Dr. Siegel toma conhecimento que um homem com o mesmo nome que este jardineiro deverá vir à consulta. A princípio julga tratar-se de um erro. Porque, segundo o relatório patológico, o jardineiro não tinha qualquer hipótese de estar ainda vivo, uma vez que recusara os tratamentos suplementares. E, no entanto, é mesmo ele. E vem ao médico devido a uma simples hérnia resultante do seu trabalho de jardineiro. O cancro de estômago desaparecera completamente. E John continuara a viver ainda por muitos anos e a fazer aquilo que ele gostava acima de tudo: jardinar.

Um caso descrito na Cancer Magazine

Igualmente surpreendente é a história de Carol Knudtson, que demonstra, uma vez mais, como se pode desafiar todas as estatísticas médicas.

Este caso foi descrito na revista Cancer Magazine em 1986. Carol levava uma vida sem sobressaltos até ao dia em que começou a sentir uma dor cada vez maior na zona do pescoço. Ao fim de um certo tempo acaba por aparecer um inchaço. A biopsia realizada demonstra que se tratava de um linfoma pertencente a um “subtipo histológico agressivo” para o qual as regressões eram extremamente raras.

Quanto à esperança de vida, seria apenas de alguns meses. De imediato, o seu primeiro médico diz-lhe:

Com esta doença, pouco importa a idade, a cor da pele, os meios financeiros ou as suas crenças; não há esperança.

Tanto Carol como o seu marido Dean ficaram em estado de choque. O marido de Carol acabaria por reagir intempestivamente e decide pedir uma segunda opinião na reputada Clinique Mayo.

 A reação do seu marido restitui a coragem a Carol:

“Tinha ficado completamente atordoada com o diagnóstico, mas mais tarde lembrei-me do que a minha mãe me costumava dizer: Deus dá a cada um somente aquilo que ele pode suportar; nunca mais do que isso.”

Passa então uma semana nesta clínica de renome, onde é submetida a exames mais profundos. No entanto, o resultado do primeiro médico consultado sairia confirmado.

Entretanto, tem a estranha certeza que o seu tumor está a diminuir e acaba por referir o assunto aos seus médicos.

Carol lembra-se que estes a encaram com um sorriso, para lhe dizerem que tal é impossível. Depois de o primeiro diagnóstico ter sido confirmado, Carol é remetida para seguir um tratamento no centro oncológico da Universidade de Wisconsin.

 Aí. é examinada pelo Dr. Paul Carbone que não encontra mais do que “uma pequena framboesa” no local do tumor. Diagnóstico confirmado por um otorrino que, também ele, não vê nada para tratar!

O Dr. Carbone não tem outra alternativa senão apresentar o relatório seguinte:

“Dada a aparente regressão da massa tumoral primária, a quimioterapia foi protelada e a doente seguida e examinada mensalmente por dois médicos. O gânglio linfático cervical regrediu completamente e o exame médico revelar-se-ia normal, no final do Outono de 1982.” Ou seja, em menos de seis semanas, o tumor havia desaparecido como que por encanto!

Carol conta:

 “Continuei a ir às consultas e os médicos chamavam os seus alunos para lhes mostrarem a ave rara. (…) No último exame de controlo, havia um jovem médico indiano que olhava para mim, completamente estupefacto, e repetia:

“Interessante, interessante.”

Robert Dehin e Jocelyne Aubry

Do livro: O factor X – Como curar-se mais depressa –