Chave Nº1: Aposte no seu poder de autocura

Chave Nº1: Aposte no seu poder de autocura

Nesta primeira chave iremos descobriro ABC desta força fundamental que está subjacente a qualquer processo de autocura.

Este poder parece um pouco misterioso mas, quando compreender a sua natreza e o seu funcionamento, verá como é simples utilizá-lo, e também ampiliá-lo.

Efectivamente, este poder de autocura poderia ser comparado a uma alavanca que permitie levantar montanhas de problemas. Como é obvio, ele dará mais facilmente resultados se o utilizar para tratar problemas menores.

Por isso, quer sofra de um problema grave ou benigno, leia atentamente o que se segue.

Capitulo 1

O ser humano está programado para se autocurar

Ciclicamente, a natureza tende a congregar esforços em direcção ao equilíbrio e ao crescimento constantes. Os ramos voltam ao lugar após uma tempestade de vento. A Primavera sucede-se inexoravelmente ao Inverno. Mesmo a morte faz parte integrante da vida. Ao decomporem-se, as folhas mortas nutrem as árvores das quais provêm. Tudo o que morre é permanentemente reciclado, para construir novas formas de vida.

A natureza perpetua assim a força de vida universal, através das múltiplas formas de vida que ela gera.

Integrada nesta ordem cósmica imutável, a cura representa um processo natural de recuperação e de adaptação. Todo o organismo vivo está “programado” para se “autocurar”.

Mesmo quando gravemente danificada,uma árvore cicratiza a sua ferida com o tempo. E, por instinto, os animais selvagens evitam igualmente tudo aquilo que os possa fazer ficar doentes, assim como “sentem” onde podem encontrar água ou alimentos.

A natureza também nos mostra exemplosde autocura bastante surpreendentes

Sabe-se, por exemplo, que a minhoca pode eventualmente reconstituir a sua cauda ou a cabeça.

De resto, para fugir a um predador, o lagarto pode separar-se da cauda, mas esta regenera-se rapidamente. De notar, aliás, que a proteína responsável por este fenómeno se encontra atualmente em estudo.

Tal proteína poderia servir igualmente para a produção de inúmeras proteínas que iriam permitir acelerar a cicatrização das feridas no ser humano.

E quanto a nós?

Nós estamos de tal maneira habituados a tratar-nos à mais pequena “feridinha” que fomos levados a acreditar que a cura vem do exterior. Seja ela dependente de uma pessoa de bata branca ou de um qualquer produto químico a engoli com um pouco de água.

No entanto, tal como acontece com qualquer organismo vivo, o ser humane dispõe de um potencial inato “de autorreparação” que se manifeste constantemente no tratamento daqueles pequenos “dói-dóis” de todos os dias e esta mecânica, quando bem lubrificada, revela-se de uns espantos; sofisticação.

O que se passa, por exemplo, quando sofremos um corte ou uma queimadura?

Imediatamente, determinadas substâncias exercem uma ação anticoagulante e anti-inflamatória que vai dilatar os capilares, favorecendo assim o transporte do sangue ao local da ferida. Em seguida, os neutrófilos, glóbulos brancos que se desenvolvem na medula óssea, serão os primeiros a chegar para devorar, no terreno, os invasores. A ferida acabará assim por se fechar, passando depois ao processo de cicatrização.

Pode-se, evidentemente, facilitar este trabalho de autorreparação, limpando a ferida.

No entanto, como diz o Dr. Albert Schweitzer, “é o médico interior que acaba por realizar todo o trabalho”.

E se contrair uma gripe?

 Também aqui, os glóbulos brancos entram em ação, segregando substâncias produtoras de calor. Estas substâncias, ditas “pirogénicas” vão, por seu turno, estimular o hipotálamo (aquela parte do cérebro que regula, nomeadamente, a temperatura interna do corpo).

Assim se explica o aparecimento da febre, um fenómeno invulgar, mas normal, que demonstra bem como o nosso organismo se tenta auto curar.

O seu corpo é uma máquina inteligente

 Assim, de 1001 maneiras, o seu organismo defende-se contra os invasores de qualquer tipo ou repara os estragos que eles tenham feito, depois de os ter apanhado. Como vemos, não é à toa que a sabedoria popular diz, intuitivamente, que o corpo é o melhor médico. Infelizmente, no ser humano, o aparecimento da consciência viria modificar um pouco o instinto de auto cura do seu organismo. Com efeito, contrariamente a todos os outros organismos vivos, o homem dispõe, simultaneamente, do poder de se curar ou de se autodestruir voluntariamente.

Enquanto ser humano, o seu instinto de auto cura pode ser perturbado por maus hábitos de vida e ideias falsas relativamente à saúde.

Em contrapartida, também tem a possibilidade de desenvolver o seu instinto de auto cura. Para isso, deve usar o poder do seu espírito e as forças da natureza, de maneira consciente. A partir daí, nada é impossível em matéria de cura! E nos casos mais graves… As mesmas forças de auto cura põem-se igualmente em ação quando se trata de um mal crónico ou potencialmente incurável.

Não obstante, em caso de doença grave, o seu poder de auto cura corre o risco de se ver “ultrapassado”. Tal situação pode explicar-se, designadamente, pelo facto de o nosso cérebro ficar submerso em informações perturbadoras. Assim, nem sempre consegue efetuar corretamente a triagem entre as mensagens bioquímicas provenientes do sistema de autodefesa e as do organismo em geral.

0 cérebro arrisca-se então a: – desencadear reações anormais que podem agravar a doença (ver, mais adiante, o destaque sobre as doenças autoimunitárias); – provocar complicações; – retardar o processo de cura; – gerar um medo da morte que, só por si, é por vezes suficiente para despoletar uma situação de stress extremamente prejudicial à saúde – ou até mortal! – a mais ou menos curto prazo.

Felizmente, podemos então recorrer à “auto cura assistida”!

Como praticar corretamente a “auto cura assistida”

Independentemente do facto de se sofrer de uma afeção benigna ou de uma doença grave, é possível recorrer a determinados tratamentos – oficiais ou alternativos – que “assistem” o poder de auto cura natural e aceleram o processo de cura. No entanto, nos casos mais difíceis, isso requer uma certa prudência. Procure encontrar um médico “exterior” (ou qualquer outro terapeuta) capaz de dialogar e de trabalhar em parceria com o seu médico interior.

Por outras palavras, um médico que, tal como o cirurgião Bernie Siegel, tenha a modéstia de afirmar:

“(…) tenho de tentar lembrar-me que o meu papel é facilitar a cura, mas que não sou eu que curo.”

Este tipo de médico – ainda pouco divulgado – compreende verdadeiramente que, por detrás da doença e das estatísticas, há mais do que um “doente” ou um “cliente”.

Existe, em primeiro lugar, uma pessoa única que é preciso “ajudar a curar” de maneira específica, ou até mesmo, de forma original. Mais ainda, um médico deste tipo poderá mesmo dizer – como fez o psicanalista Carl Jung – que encontra uma parte de si mesmo através de todos aqueles que vêm consultá-lo.

Para ele, a consulta é, assim, uma autêntica relação humana – de igual para igual – onde o seu “doente” pode igualmente ensinar-lhe qualquer coisa sobre si mesmo.

Melhor ainda: ponha em ação a sua “equipa” de terapeutas! Em matéria de saúde, cada ser humano é o “contramestre” encarregado de contratar uma equipa de terapeutas que o irão “assistir” no processo de auto cura. Esta equipa deve, obviamente, contar com um médico de família esclarecido (ver o capítulo 40, Chave N° 9).

Ele irá permitir-lhe saber, com precisão, o que está em causa, do ponto de vista médico – entre outras coisas, ao mandar fazer determinadas análises biológicas. Quanto ao resto, a escolha dos seus cooperantes pode depender da doença propriamente dita.

Critério de base: evitar, na medida do possível, o recurso a qualquer medicação e a tratamentos muito pesados.

Por exemplo, se sofre de um problema articular ou de dores nas costas, é preferível consultar um quiroprático, um osteopata, um fisioterapeuta, etc. Ou, se sofre de um problema respiratório como asma ou bronquite crónica, poderá ter o seu interesse integrar um professor de ioga na sua equipa.

É do conhecimento geral que a prática da respiração ioga pode ajudar, neste tipo de casos (Ver o glossário).

Em conclusão, de uma maneira geral, os métodos alternativos podem dar uma certa ajuda numa grande variedade de casos.

Assim, será certamente útil consultar um especialista em acupunctura ou um naturopata. A primeira irá tratar o aspeto energético da doença. O segundo poderá aconselhá-lo, de forma vantajosa, no que diz respeito ao seu modo de vida e aos seus hábitos alimentares – ou ainda sugerir-lhe eventuais suplementos.

Obviamente, um especialista em fitoterapia, aromaterapia ou homeopatia poderão igualmente prestar-lhe excelentes conselhos.

No caso de uma doença crónica ou grave consulte igualmente um psicólogo, o qual poderá: – ajudá-lo a gerir o impacto emocional da sua doença; – tentar descobrir os fatores psicológicos que podem ter criado um terreno favorável à doença.

Não descure igualmente a possibilidade de consultar um curandeiro (Ver o capítulo 39 para saber como escolher o curandeiro mais correto).

Com uma tal equipa, pode ter a certeza de que o seu médico interior estará em condições de fazer milagres … naturais.

 N.B./Esta abordagem pluridisciplinar corresponde ao que normalmente se designa por “medicina integrada “. Sobre este assunto, ver o princípio da Chave n° 9.

Robert Dehin e Jocelyne Aubry

Do livro: O factor X – Como curar-se mais depressa –